Entenda a LGPD (Lei Geral da Proteção de Dados)

Imagem: Every System | Divulgação.

A nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), foi sancionada pelo governo Brasileiro e tem como objetivo aumentar a privacidade dos dados pessoais e o poder das entidades reguladoras para fiscalizar as organizações.

Nos últimos anos vem ocorrendo vários casos de vazamento de dados pessoais ou uso indevido de informações. Um exemplo disso, aconteceu em 2018 com a empresa britânica Cambridge Analytica, onde o Facebook admitiu ter fornecido dados de usuários para a empresa que era contratada pela campanha de Donald Trump, fazendo com o que o uso desses dados pudesse influenciar as eleições americanas.

Após esse incidente, a Europa criou uma lei que regulamentasse como as empresas podem utilizar e armazenar os dados dos clientes, funcionários e usuários. Então, em maio de 2018 foi criado o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), sendo bem aceito, fez com que outros países pensassem sobre a proteção de dados dos cidadãos. A partir disso, esse documento passou a ter aplicabilidade extraterritorial, fazendo com quem muitas empresas se adequassem a esta nova realidade.

Aplicação da LGPD

Mas o que são os Dados Pessoais? De acordo com a LGPD, dado pessoal, é qualquer informação que possa levar a identificação de uma pessoa, de maneira direta ou indireta.

Onde a LGPD é aplicada? Alguns exemplos são em relações trabalhistas, consumeristas, entre usuários e serviços de internet e negócios B2B que utilizam dados pessoais de parceiros/representantes. Resumindo, aplica às empresas que possuem pelo menos um dos requisitos, sendo eles, ter estabelecimento no Brasil, oferecer serviços ao consumidor brasileiro, coletar e tratar de dados localizados no país.

Dados pessoais e a LGPD

O principal foco da lei é garantir a privacidade dos dados pessoais das pessoas e ter mais controle sobre eles. Além disso, há regras claras sobre o processo de coleta, armazenamento e compartilhamento desses dados. Sendo assim, algumas medidas para proteger esses dados, podem ser de segurança, técnicas e administrativas, o importante é que combatam ou minimize a perda, ou indisponibilidade de dados.

A lei vai dividir os dados em duas classificações, os pessoais e sensíveis. Os pessoais são informações que permite que você identifique uma pessoa ou descreva um comportamento. Já os sensíveis, tratam de características que podem fazer com que haja uma discriminação dos donos desses dados (como, por exemplo: raça, religião, opção sexual).

Quem precisa de adequar?

A partir de agora, todas as empresas que prestam serviços no Brasil precisam se adequar as novas regras e deverão ter um profissional exclusivo para a proteção de dados e responsável pela execução da nova lei, podendo ser próprio ou terceiro.

Com a LGPD em vigor, as empresas têm até o segundo semestre de 2020 para se adaptarem. A fiscalização será feita pela Agência Nacional de Proteção de Dados e caso não haja a adequação dos requisitos das obrigações, pode gerar consequências, como a cobrança de uma multa de 2% do faturamento anual, limitada a R$ 50 milhões por infração.

É importante ressaltar, que de acordo com essa lei a companhia deve ter o consentimento do usuário para coletar seus dados. Além disso, o cidadão pode solicitar a exclusão de suas informações da base de dados de uma empresa.

Princípios para o tratamento de dados pessoais:

  • Finalidade: ter um propósito informado;
  • Adequação: tem que ser compatível com a finalidade;
  • Necessidade: utilizar apenas os dados estritamente necessários;
  • Livre acesso: acesso ao tratamento e integridade dos dados;
  • Qualidade dos dados: haver dados exatos, claros e atualizados;
  • Transparência: informações claras e precisas;
  • Segurança: medidas aptas a proteger os dados pessoais;
  • Prevenção: medida para evitar danos aos titulares;
  • Não discriminação: não utilizar para fins discriminatórios, ilícitos ou abusivos;
  • Responsabilização e prestação de contas: demonstrar adoção de medidas eficazes ao cumprimento das normas.

Áreas e encarregados afetados pelo LGPD

As áreas afetas em uma empresa serão as de análise de dados, marketing, desenvolvimento de software e TI, gerenciamento de produtos, jurídico, Compliance, recursos humanos, serviços e logística, segurança da informação.

O encarregado por cuidar desses dados e seguir a lei deve se reportar ao nível mais alto da direção, ter estabilidade orçamentária e suas atividades serão destinadas a recepcionar e atender as demandas dos titulares dos dados, interagir com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, orientar funcionários e contratados quanto a práticas de proteção de dados.

Direitos do titular dos dados

O titular dos dados pessoais tem como direito ter uma confirmação da existência de tratamento, acesso às informações, corrigir dados incompletos e eliminação dos que não forem necessários, excessivos. Além disso, ele pode ter uma portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou produto, sabendo que existe uma possibilidade de não fornecer os dados sem seu consentimento, revogar esse consentimento e reclamar a Autoridade Nacional.

Conclusão

Como essa lei é uma novidade, é difícil lidar com essa situação sozinho e administrar o negócio junto. Sendo assim, é importante que haja um parceiro especializado que pode auxiliar nesse período de transição, oferecendo mais conhecimento e aplicação de medidas eficientes para o cumprimento da lei.


Texto por:
Every System, associado da Campinas Tech. Originalmente publicado no blog da empresa.

Comunidades de Startups: por que aqui? O papel do governo e da comunidade local

Reunião de Ecossistema da Campinas Tech. Dezembro 2018.

Introdução - Comunidades de Startups

Os casos das startups "unicórnios" Movile e iFood, Nubank, 99 e Netshoes, colocam o Brasil no mapa global das startups. Recentemente, provamos nosso valor com cases de sucesso que trouxeram aos brasileiros a realidade de negócios que resolvem grandes problemas e que crescem rapidamente. Mesmo com a concorrência de iniciativas globais, que aparentemente demonstram mais ímpeto e capacidade de execução do que as iniciativas nacionais, conseguimos demonstrar que podemos gerar negócios de altos impacto e valor.

Esses casos de sucesso aumentam as discussões em torno do tema e o que se nota é que, cada vez mais, surgem iniciativas que buscam agregar startups, reunir empreendedores e gerar awareness sobre o assunto por meio de eventos e atividades relacionadas.

As comunidades prósperas são as responsáveis de fato pela sustentabilidade e catalisação do processo empreendedor a longo prazo, auxiliando no crescimento das startups e fomentando que novos empreendedores surjam. Conseguir construir uma comunidade de startups trará crescimento para uma região ou localidade.

Quem nunca ouviu falar do Vale do Silício? Sua riqueza e relevância não surgiram “do nada”. Existem alguns fatores que fazem com que o principal movimento de inovação e empreendedorismo do mundo aconteça naquela região.

Acredito que Campinas é uma comunidade protagonista no Brasil. Aqui surgiu a primeira associação de startups do país, a Campinas Startups, a qual hoje se tornou Campinas Tech, por assumir uma abordagem mais abrangente com relação ao empreendedorismo e ao papel social da instituição de fato. São muitas iniciativas de sucesso que começaram por aqui: a própria Movile, QuintoAndar, Ci&T, Sensidia, Superlógica e PJBank, Agrosmart, I-Systems, Dentro da História, Shawee e Assertiva. Neste momento, estamos construindo um ecossistema que facilita de fato o surgimento de empreendimentos de grande impacto, em um trabalho sem qualquer precedente no Brasil.

O ecossistema de empreendedorismo é composto por diversos players conforme mostra a figura abaixo. É objetivo deste texto comentar os fatores que fazem comunidades apresentarem um aspecto local, apontando como os governos locais podem fomentar o surgimento desta comunidade. Além disso, explico como uma comunidade de empreendedores colabora para o fomento do empreendedorismo de longo prazo.

Sobre os fatores de adensamento

Em um mundo onde a localização importa cada vez menos, é importante entender o que faz com que comunidades de startups surjam em determinadas regiões geográficas do globo uma vez que isto pode indicar características comuns que permitam replicar tais comunidades. As principais explicações levam em consideração aspectos econômicos, sociais e demográficos.

A concentração de startups em uma área permite ganhos de escala externos a elas e este é o aspecto econômico da concentração. Ganhos relacionados à infraestrutura, ambiente regulatório (burocracias e taxas), presença de serviços especializados de advocacia e contabilidade, acesso a capital (investidores), concentração de talentos (universidades), etc. Assim, empresas concentradas em uma localização irão ratear os custos da existência desta infraestrutura, gerando ganhos de escala, o que potencializa o crescimento dos participantes desta região ou comunidade.

Dentre todos os provedores destes ganhos, com certeza as universidades e as instituições de ensino e formação de talentos são as mais relevantes, sendo que a ausência destas reduz em muito as oportunidades de adensamento por ganhos de escala. As universidades são extremamente estratégicas neste sentido.

A participação do governo local é importante para guiar a ocupação do território, através dos Planos Diretores, para a atração de universidades e centros de formação de talentos, redução da burocracia, aumento dos incentivos fiscais, e para disponibilização de infraestrutura de qualidade para o bom desenvolvimento dos negócios.

Do ponto de vista sociológico, a cultura de abertura das principais empresas e compartilhamento de informações causam efeitos de rede que aumentam a concentração de empreendedores e empreendimentos naquela região. O simples fato de alguns empresários colaborarem com outros, incentivarem o crescimento de outros e compartilharem experiências, fomenta o surgimento de outros empreendedores e abre o mercado. Isso catalisa o processo e o principal exemplo disso é o próprio Vale do Silício. Esta cultura de abertura e compartilhamento de informações entre seus principais players permitiu uma evolução muito mais rápida do que de outras localizações de características similares.

Relatos sobre CEOs compartilharem informações são muito comuns, o que catalisou todo processo empreendedor da região. Nesse sentido, é papel do governo local incentivar instituições que promovem a troca de experiências e propiciam momentos de contato e geração de colisões, que é o princípio básico do fomento à inovação. Novamente, podemos entender o papel de suporte do governo local para incentivo às iniciativas.

Finalmente, do ponto de vista demográfico, pessoas de alto potencial, criativas, inventivas e com grandes quantidades de informação pretendem viver em locais de alta qualidade de vida, onde exista uma cultura de tolerância ao diferente e às novas ideia, e, mais importante, cercado de pessoas que se pareçam com elas. Isso justifica o adensamento em torno de regiões geográficas. Nesse sentido, é papel do público legislar sobre a diversidade e apoiar o trabalho das instituições de ensino, de tal forma a suportar a existência de ambientes diversos e com valores positivos para o crescimento das comunidades.

O papel da Comunidade

A comunidade de empreendedores é quem de fato faz a diferença na formação de empreendedores e empreendimentos no longo prazo. Essa é uma releitura de uma afirmação importante do livro “Startup CEO”, de Matt Blomberg, onde o autor cita que "um conselho empreendedor é um ativo de valor incalculável para o empreendedor", ou seja, sendo um ativo de altíssimo valor, a criação destes conselhos é o que de mais importante pode ser gerado dentro da comunidade.

Um dia conversando com um amigo, falamos sobre o poder do compartilhamento de informações por parte de grandes empreendedores e a capacidade de atração de empresas e talentos para determinada região a partir disso. Disse ele: "Se o CEO da empresa XPTO se reunir com 10 jovens de alto potencial e explicar para eles o processo de conseguir faturar R$100 milhões em 10 anos, então esses jovens não terão o direito de demorar 10 anos para conseguirem o mesmo resultado". De fato, se um empreendedor desse porte oferece este tipo de conhecimento, então o papel da comunidade e do empreendedor passa a ser extremamente relevante para a atração de talentos para determinada região.

Apenas essa iniciativa tem potencial de atração de talentos nacionais para participação no programa e, nesse momento, a presença de outros fatores de adensamento, como citados acima, passam a ser menos relevantes na opção do empreendedor de construir um negócio na região.

Para chegar a esse nível e para conseguir que este tipo de iniciativa e percepção emerja de um ambiente de colaboração, gestão horizontal e criatividade em torno da problemática do empreendedorismo de alto impacto, é necessário trabalho sério e focado na construção e estabelecimento da comunidade. Esse tipo de efeito é derivado do trabalho de instituições criadas em torno de um propósito forte, embasado por conhecimento científico e empírico, trazido e traduzido de outras experiências ao redor do mundo. Em Campinas, desenvolvemos a hipótese do Funil Empreendedor e estamos a validando e medindo os resultados por meio de experimentos reais. Esse assunto será tratado em outros posts.

Logo, o papel da comunidade é trazer os empreendedores para atuarem no processo de evolução de outros empreendedores, do ambiente, dos investidores, das instituições de ensino e do ambiente regulatório, ou seja, do sistema complexo que envolve o empreendedorismo de forma global. Dessa forma, a comunidade representa as dores dos empreendedores e suas iniciativas próprias que melhoram o sistema, sendo assim, definitivamente, o protagonista no desenvolvimento e apoio ao processo empreendedor de longo prazo, regional e através das conexões de redes, nacional e internacional.

É importante que cada um dos players entenda seu papel e exerça suas capacidades de forma plena, sem confundir os papéis com outros players, promovendo assim a sinergia e a confluência de ações.


Texto por:
Raul Cardoso
, empreendedor e Presidente da Campinas Tech.

Da ficção para a vida real, conheça a história do fundador da Pipehline

Desde a infância, Tercio Dias Pereira se encantava com filmes de personagens que começavam sua trajetória profissional do zero e, ao final, conseguiam construir grandes empresas. Inspirado por essas histórias, Tercio resolveu trilhar o seu próprio caminho dentro do empreendedorismo ainda na juventude. Atualmente, ele é o fundador e diretor executivo de Novos Negócios da Pipehline, empresa especializada em consultoria de Vendas e Marketing. Conheça um pouco mais sobre a carreira dele:

Tercio Dias Pereira | Foto: Divulgação

Poderia começar contando um pouco sobre a sua trajetória empreendedora?

Com esta maturidade de consciência que tenho hoje, comecei por volta de 2000. Na época, eu deva aula na Pós-Graduação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em Jundiaí, e vários professores também trabalhavam como consultores independentes e/ou eram empresários. Com isso, trocávamos experiências sobre casos de sucesso e fracasso no
mundo empreendedor. Me lembro que ficava angustiado com o tempo que eles tinham para viver seus negócios, enquanto eu nunca tinha tempo de pensar em uma vida destas para mim. Sempre trabalhei muito para as empresas como funcionário e me sentia sufocado.

Quando este cenário mudou?

Eu trabalhava em uma grande empresa de tecnologia como Gerente de Filial e, em certa ocasião, um de nossos clientes me perguntou se eu poderia ajudá-lo a estruturar a sua área comercial. Daí eu pirei! Agradeci e recusei o convite, pois havia choque de interesses profissionais naquele caso, mas aquilo me inspirou e senti que era o momento de mudar minha vida. Coincidentemente acabei saindo da empresa pouco tempo depois e fui rapidamente assessorar este cliente. Foi nesta época que montei a Pipehline. Sozinho, inicialmente. Apanhei muito no começo e entendi que precisaria entender melhor o mercado de startups e novos modelos de negócios. Foi quando comecei a conhecer vários cursos na área e também a Associação Campinas Startups (ACS), hoje conhecida como Campinas Tech.

Houve algum momento de virada na construção do seu negócio?

Sim. Em um destes workshops acabei conhecendo meu sócio Rodnei Albuquerque. A partir de então, focamos na consultoria de Marketing e Vendas. Notamos que os empreendedores tinham muita dificuldade em decolar suas vendas, pois o mercado estava mudando rapidamente e eles não percebiam. Então entramos neste nicho e acertamos em cheio!

Quais foram os principais desafios que você precisou vencer ao longo desta trajetória?

Inicialmente, o desafio foi achar um modelo consistente e padronizado de implantação e sucesso. Iniciamos com Inbound Marketing puro, método que sempre fazia muito sentido para o mercado na época, mas no qual os resultados demoravam muito para chegar. Fomos pesquisando outros modelos de negócio e aprendendo coisas novas, chegada de novos parceiros, até acharmos o caminho certo. Outro desafio foi passar pelo ano de 2018, que afetou muito os negócios. A retração econômica foi muito forte em uma fase que estávamos com todas as turbinas ligadas. Sobrevivemos, mas foi complicado.

Tercio Dias Pereira | Foto: Divulgação

Como os desafios citados anteriormente foram enfrentados?

Com muita comunicação e humildade para escutar os clientes, comunicar internamente tudo o que estava acontecendo na empresa, trocar muita ideia e estabelecer métricas fáceis de extrair. Além de muita confiança e coragem de que
conseguiríamos passar por estes desafios!

Quais dicas você dá para quem deseja iniciar um novo negócio?

Conheça profundamente seu mercado, teste e pesquise muito sobre ele para entender se você realmente consegue resolver a dor deste segmento. Além disso, use métricas para entender os limites de suas capacidades e competências. Tenha humildade de pivotar e de buscar ajuda, afinal, ninguém nasce sabendo, bem como coragem e perseverança, pois ser empresário no Brasil é uma tarefa para heróis. Por fim, vá para a rua e venda! Sem cliente, você não tem uma empresa.

Você considera a região de Campinas é um bom lugar para os que desejam iniciar um novo negócio?

Sim. Se não fosse o ecossistema empreendedor de Campinas, a Pipehline nem teria nascido! Tem muita gente porreta, trabalhando muito para o sucesso da vida empreendedora. Sou muito grato a todos que conheci e que me ajudaram muito.

Na sua visão, o que a região oferece ou deveria oferecer como atrativo aos empreendedores?

O empresário precisa ter acesso a informações de muitas áreas empresariais diferentes e conseguir dividir suas dúvidas, problemas, etc... Na minha opinião, organizações como o Campinas Tech, bem como os coworkings e aceleradoras, estão se destacando justamente por atender estas demandas. Acredito que a região esteja no caminho certo!

 


Gostou desta entrevista? Confira também alguns conteúdos que o Tercio já compartilhou com o blog da Campinas Tech clicando aqui.

“Somando, Multiplicamos”: confira o Ebook de entrevistas lançado pela Campinas Tech

A associação Campinas Tech lançou hoje, 8 de abril, mais um Ebook e que já está disponível gratuitamente. "Somando, Multiplicamos" retrata, através de entrevistas, histórias de pessoas que começaram suas jornadas de sucesso empreendendo no ecossistema de Campinas (SP).

Sob a condução de Juliana Ewers e realização de entrevistas feitas por protagonistas desse cenário, o livro, que é uma iniciativa do movimento "Aqui é o lugar", busca mostrar os motivos pelos quais Campinas é apelidada carinhosamente de "Vale do Silício brasileiro" e é considerada uma das melhores cidades do país para se empreender.

Ao longo de suas páginas, o leitor terá a chance de conhecer a trajetória de seis grandes empreendedores que, em algum momento de grande importância para seus negócios, tiveram seus caminhos cruzados com os da cidade. Por isso, é uma oportunidade incrível na qual Carlos Wizard, Fabrício Bloisi, César Gon, Marcos Ferretti, Silvia Brandalise, Fábio Póvoa e Samuel Goto compartilham as suas histórias, os desafios que enfrentaram nesse percurso, os pontos altos desse processo e as lições aprendidas até aqui.

Faça o download agora mesmo!

 

Empreendedorismo e inteligência emocional, uma parceria de sucesso

As constantes mudanças geradas pela globalização, pela era digital e pela indústria 4.0, têm contribuído muito para o surgimento de novas formas de negócios e de trabalho e, uma das carreiras que mais está em ascensão é a do Empreendedorismo com Propósito.

Foto por Johanna Buguet no Unsplash

Ser empreendedor vai muito além de criar novos produtos, serviços ou obter lucros. Ser um empreendedor é traçar sua rota e criar um trabalho que esteja alinhado ao estilo de vida que se deseja levar, aos seus valores, as suas habilidades, seus talentos e ao legado que se pretende deixar no mundo.

Um dos grandes diferenciais do empreendedorismo é que você pode antes de tudo, SER quem você realmente nasceu para SER, depois FAZER, e o TER será uma consequência. Para alguns poderá vir em forma de reconhecimento, para outros de sucesso, status, bens materiais ou o tão desejado equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Um bom empreendedor é um visionário, transforma problemas em oportunidades, se dedica 100% ao que se está fazendo, atua em rede, de forma colaborativa, sabe dar e receber feedbacks, inspira liderança, gera networking, ajusta rotas quando se faz necessário mudar a direção do planejamento ou da ideia inicialmente proposta. Ele também sabe lidar com os haters, tendo foco nas críticas construtivas por meio da escuta ativa.

Pode-se então dizer, que dentre as habilidades mais requisitadas para um empreendedor estão: a empatia, a resiliência, a criatividade, a inovação, a comunicação assertiva, o otimismo, o foco, a habilidade de orientação para o futuro e a tolerância a ambiguidade e incertezas. A maioria dessas habilidades estão relacionadas à inteligência emocional.

Segundo Daniel Goleman, a Inteligência Emocional é a combinação de 2 pilares:

  • Competências emocionais sociais: A capacidade de se conectar com o próximo e com a sociedade;
  • Competências emocionais pessoais: A capacidade de se conectar de forma harmônica e amorosa consigo mesmo.

Diante de todo exposto acima, fica evidente que o que pode impulsionar um empreendedor a ser bem sucedido ou a vir a fracassar, está relacionado à capacidade de saber gerenciar e lidar com as suas emoções.

Vale ressaltar, que para ser um Empreendedor de sucesso, além de conhecer as variadas formas de análise e gestão do negócio e do mercado, é crucial que goste muito do que faz e seja um conhecedor de si mesmo, que invista em aprendizagem constante e em autoconhecimento, pois desta forma se tem a clareza dos valores, dos pontos fortes e dos a serem aprimorados, das crenças fortalecedoras e limitantes, o que certamente contribui para que tudo fique muito mais leve e torne mais fácil de se aplicar a inteligência emocional.

As estatísticas demonstram que apenas 13% das pessoas fracassam por falta de QI e 87% por falta de QE (abreviação de Inteligência Emocional).

Enfim, no Empreendedorismo com Propósito, trabalho e prazer andam de mãos dadas, o que faz com que o Empreendedor seja um verdadeiro desbravador de rotas, um realizador de sonhos e um inovador no protagonismo da sua jornada, da sua própria história, deixando a sua marca e a sua contribuição para um mundo melhor.

E aí de 10 a 0, quanto você tem sido VOCÊ e não o que os outros ou a sociedade dizem ou querem que você seja?

Seja você em sua mais pura essência, invista naquilo que faz seus olhos brilharem e lute pelas causas que te fazem sentido. Viva sua melhor versão e bora desbravar novas rotas!

Um forte abraço!
Graciene Ceolin


Texto por:

Graciene Ceolin - Coach e Palestrante (Desbravando sua Rota) / Assistente Executiva (Deloitte).

Legal Design — Uma nova forma de pensar o Direito

 

A formação do direito advém de diferentes fontes que a doutrina clássica define como fontes formais e materiais e, dentro destas classificações, se encontram as leis, os costumes, as doutrinas, os princípios e a jurisprudência. De acordo com Hugo de Brito Machado[1], “a fonte de uma coisa é o lugar de onde essa coisa surge. Assim, a fonte do direito é aquilo que o produz, é algo de onde nasce o direito.” Desse modo, se uma população tem por costume e tradição fazer algo que posteriormente venha a ser definido em lei, pode-se dizer que a fonte daquele direito é o costume de seu povo pois, sem tal costume, aquela lei não existiria.

Nesse sentido, a transferência das tradições, costumes e outras práticas sociais, entendidas estas como fontes materiais do direito são repassadas gerações após gerações e utilizadas como fontes acessórias e secundárias para aplicação do direito nos países mais positivistas, como no caso do Brasil. O artigo 4º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro bem destaca tal indicativo ao estabelecer que “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.

No entanto, estes costumes e princípios tão caros ao direito geram, como consequência natural, um distanciamento com as importantes atualizações e desbravamento de novos caminhos para a sociedade (e para o próprio direito), especialmente dentro de um mundo conectado como vivemos hoje.

Norberto Bobbio, um dos mais reconhecidos filósofos-políticos e juristas do século XX,destaca que “os costumes, largamente utilizados nos países que adotam um direito costumeiro, não são capazes de direcionar os caminhos a serem percorridos por uma sociedade, mas tão somente de mantê-los”[2].

Inovação é considerada algo arriscado e a palavra risco parece não fazer parte do dicionário dos mais de 900[3] mil alunos que se formam nas faculdades de direito todos os anos no Brasil. Esta aversão a risco, ao mesmo tempo que traz segurança e estabilidade, limita a reinvenção do direito e a forma como os advogados exercem suas atividades e entregam valor a seus clientes dentro de um contexto da chamada 4ª Revolução Industrial.

Todos os dias novos modelos de negócios, novas formas de atuar e novas necessidades de se adequar à realidade surgem à nossa volta, desde financiamento de projetos exclusivamente digitais que desafiam as regras estabelecidas (como é o caso dos ICOs) até organizações corporativas de pessoas em squads e tribes (como é o caso de empresas como Spotify). Nesta onda inovadora, vemos a aplicação, cada vez mais difundida, da metodologia de design thinking como um novo modelo de resolução de problemas.

O termo design thinking foi primeiramente utilizado com destaque no livro The Science of the Artificial de Herbert A. Simon, trazendo a noção de design como um “formato de pensamento”. Posteriormente, Tim Brown, CEO da Ideo e um dos maiores evangelistas do tema, passou a difundir o uso do conceito para outras áreas. David Kelley fundador da Ideo e Roger Martin, diretor da Escola de Gestão da Universidade de Toronto são, também, outros nomes de destaque que ajudaram a divulgar o conhecimento e aplicação da metodologia em vários setores de negócio.

Em essência, entende-se como design thinking um método de pensamento mental, voltado ao ser humano e que visa a solução de problemas pelo processo de empatia. Thomas Lockwood, presidente do Design Management Institute define design thinking como “um processo humano focado em inovação, centrada no ser humano e que enfatiza a observação, colaboração, aprendizado rápido, visualização de ideias, protótipos de conceito rápido e análise de negócios simultâneos, o que acaba influenciando a inovação e a estratégia de negócios” [4]. Tim Brown, de maneira similar, conceitua como “uma metodologia que permeia todo o espectro de atividades de inovação com um espírito de design voltado para o ser humano”[5]. Em resumo, é a forma de aplicar princípios de design em outras áreas de negócios através de pilares como simplicidade, experiência do usuário, foco no ser humano e inovação.

A despeito de ter se tornado um pouco hype em vários negócios, o design thinking é utilizado em muitas indústrias e grandes companhias já alcançaram resultados extraordinários. A gigante financeira Fidelity criou o Fidelity Labs, um laboratório de experimentos financeiros que usa a metodologia para escanear oportunidades, testar e prototipar produtos inovadores e, por fim, escalar os mesmos em sua base de clientes. Hoje a Fidelity Labs está presente em 8 escritórios globais, conta com 150 pessoas atuando exclusivamente em seus experimentos e possui mais de 200 patentes de novos produtos financeiros[7].

No direito, no entanto, o conceito de design thinking ainda é muito pouco difundido, mas os efeitos práticos seguem mesma linha de melhorias aos de setores já testados.

Denominado de Legal Design por alguns designers, o design thinking aplicado ao direito se dá pela aplicação dos mesmos princípios basilares do design thinking tradicional aos problemas enfrentados no universo jurídico. Margaret Hagan, diretora do Legal Design Lab da Stanford Law School e professora do Stanford Institute of Design, destaca que legal design “é a forma como avaliamos e desenhamos negócios jurídicos de maneira simples, funcional, atrativa e com boa usabilidade”[8].

Advogados e operadores do direito, em sua maioria, não experimentam novas estratégias ou teses, não buscam soluções inovadoras e tampouco testam e prototipam novas ideias. Tendem a ser perfecionistas e terminar todo o trabalho antes da entregaao cliente. Este processo, como já dito acima, elimina qualquer tipo de inovação, criatividade ou testes antes da entrega final. A adoção do legal design ajuda a compreender novas formas de trabalho, maior iteração com os clientes, design de documentos mais acessíveis, atendimento mais humanizado e busca de soluções inovadoras.

Focado na experiência do usuário/cliente, o processo do design thinking é composto por 6 etapas: descobrir; definir; idealiza; prototipar; testar; e implementar. Todas estas etapas devem ser sempre trabalhadas através da empatia, ou seja, se colocando sempre no lugar do cliente para buscar respostas aos desafios propostos.

Realizando este ciclo constantemente, medindo os resultados e implementando melhorias constantes, os advogados conseguirão incorporar mais valor a seus serviços. Ao invés de trabalhar em um caso durante muito tempo e, somente ao final, apresentar o resultado pronto, o advogado poderia trabalhar “em conjunto” com o cliente, entender melhor suas dores e testar alternativas rápidas, antes da entrega final. Certamente o resultado será melhor e mais eficiente para a dor do cliente.

A organização americana Tenessee Alliance for Legal Services que desenvolveu um checklist online[9] de perguntas para identificar se pessoas comuns tem ou teriam risco de ter algum tipo de problema legal e, caso tivessem, quais as ferramentas disponíveis para ajudá-las. A iniciativa, pensada a partir do design thinking, foi desenvolvida em entrevistas com usuários, a experiência é simples, a usabilidade intuitiva, direta e colocando a dor do usuário no centro do problema.

Em outro exemplo, o Instituto de Arbitragem da Finlândia valeu-se do legal design para explicar e melhorar a usabilidade da sua ferramenta digital de arbitragem. O trabalho foi realizado em conjunto por legal designers, usuários e estudantes para entender quais eram as melhores informações a serem destacadas, o fluxo destas informações e a forma que elas deveriam ser expostas. Vários protótipos foram previamente testados e a versão final foi amplamente reconhecida pela indústria [10].

Entretanto, o processo não é tão simples quanto pode parecer. Aprofundamento de entrevistas, open-mind para gerar empatia, busca de insights, determinação para testar, paciência para iterar, foco para medir e abertura para ouvir opiniões diversas são qualidades que devem fazer parte da jornada.

Neste processo, as dinâmicas de trabalho em equipes multidisciplinares, ambientes colaborativos, testes e falhas rápidas nos levam a encontrar respostas de dentro para fora, e não de fora para dentro, tornando as soluções mais eficientes e objetivas às dores.

Diversas universidades e escolas de direito reconhecem o valor gerado a partir deste novo modelo de pensamento e criaram núcleos de estudos focados no tema. A Universidade de Stanford continua sendo a mais reconhecida em termos de inovação e no Direito não fica para trás com o já mencionado Legal Design Lab. A Northeastern University School of Law criou o NuLawLab para discutir programas e projetos utilizando o design thinking como ferramenta, criando grupos coletivos de discussão sobre moradias populares, redesign de tribunais e pesquisas de igualdade racial. Por fim, a Vanderbuilt Law School e a Berkeley Law também possuem programas focados em utilizar a metodologia do design thinking para resolução de problemas.

Em conjunto com novas metodologias, ainda, deve-se trabalhar uma grande mudança de cultura dentro da visão dos advogados e, conjuntamente, o domínio e novas ferramentas tecnológicas para que os trabalhos sejam desenvolvidos com maior eficiência. Estas etapas da transformação do direito são longas mas o início se dá agora, nos pequenos passos.

Nosso intuito é hackear o direito e torná-lo mais acessível, de modo que os operadores do direito, as pessoas que dele se beneficiam e a sociedade como um todo possam usufruir de uma justiça mais humana, simples e funcional.

Fontes

[1] MACHADO, Hugo de Brito. Uma Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo: Dialética. 2000.

[2] BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico, 6ª ed., Brasília: Universidade de Brasília, 1995.

[3] Conselho Federal da OAB

[4] LOCKWOOD, Thomas. Design Thinking: Integrating Innovation, Customer Experience, and Brand Value. Estados Unidos Da America: Allworth Press, 2009.

[5] BROWN, Tim. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017

[7] https://www.fidelitylabs.com/

[8] http://www.lawbydesign.co/

[9] https://applications.help4tn.org/a/checkup

[10]https://arbitration.fi/arbitration/fai-arbitration-process/

 

Texto por:

Guilherme Leonel e Natalia Miyazaki, originalmente publicado no Medium da Legal Hackers Campinas.


Lex Design:
 

Equipe:
Guilherme Leonel
Lucas Orsolini
Rafal Ceravolo

Campinas terá formação em linguagem de programação gratuita para mulheres

A capacitação visa empoderar e aproximar mulheres do mercado de tecnologia

Campinas terá, pela primeira vez, uma formação gratuita em Ruby on Rails exclusiva para mulheres. A capacitação acontecerá nos dias 20 e 27 de abril e é destinada à mulheres que desejam aprender a linguagem Ruby e o framework Rails – utilizados pelas maiores empresas de tecnologia do Brasil. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo Sympla até o dia 27 de março. A formação está sendo organizada pela empresa Caiena – Tecnologia e Design.

O projeto emergiu com a chegada da celebração do Dia Internacional da Mulher, no intuito de articular a formação à história por trás da data comemorativa e criar um caminho para apoiar mulheres na ocupação de postos de trabalho em empresas de tecnologia, uma vez que a baixa representatividade do público feminino na área começa já na universidade. Na Unicamp, por exemplo, o curso de Engenharia da Computação irá iniciar o ano letivo de 2019 com a matrícula de 81 homens e apenas 10 mulheres, segundo dados da COMVEST.

A baixa representatividade na universidade se reflete no mercado de trabalho. Por essa razão, a formação se tornou pauta do programa de diversidade da empresa, como uma iniciativa prática para empoderar mulheres e incluí-las no meio. O propósito é aumentar o time de desenvolvimento da própria organização, como explica João Paulo Gotardo, coordenador da Área de Pessoas da Caiena.

“Estamos no meio de uma grande transformação no mundo dos negócios e da tecnologia e a inclusão de gênero é uma janela de oportunidades. É importante reforçar que a diversidade de profissionais é determinante para o crescimento de qualquer empresa”, aponta Gotardo.

Tornar o mercado da tecnologia mais equilibrado também é desejo da Lidiane Taquehara, uma das profissionais que ministrará a capacitação.

“Hoje eu sou desenvolvedora, amo minha profissão, e entendo que se estou aqui hoje é porque eu tive muitas oportunidades, é porque eu sou privilegiada. Então, se tiver algo que eu possa fazer para contribuir para a solução desse problema, acho que é minha responsabilidade também.”

Ela é especialista em Ruby on Rails e atua como desenvolvedora de software na Love Mondays Brasil. Além dela, Denis Tierno também ministrará o curso. Ele é desenvolvedor backend há 12 anos e especialista em Ruby on Rails. Atualmente, trabalha como desenvolvedor full stack na Caiena.

O edital para participação no evento já está disponível na página de inscrições no portal Sympla. Nela, são listadas as informações e etapas de seleção do curso, incluindo os pré-requisitos necessários para a sua realização. As mulheres interessadas podem acessar o edital e fazer sua inscrição até o dia 27 de março. O anúncio das selecionadas e o contato para confirmação de presença acontecerá no dia 08 de abril. A capacitação em Ruby on Rails é de grande relevância para profissionais de tecnologia, pois está em ascensão no mercado. Grandes empresas do setor, como Nubank, Globo, Vindi e Resultados Digitais, utilizam a linguagem e o framework e desenvolvedores geralmente precisam realizar um curso paralelo para aprender a técnica, que ainda não faz parte da maioria das grades de graduação.


Mais informações:
Giuliana Wolf | (19) 992198610 | (19) 3778-5560 | giuliana.wolf@caiena.net
Rebeca Bissoli | (19) 98821-2406 | (19) 3778-5560 | rebeca.bissoli@caiena.net

Datas e horários do curso:
20/04 (sábado), das 9h às 12h e das 13h30 às 17h30
27/04 (sábado), das 9h às 12h e das 13h30 às 17h30

Local:
Caiena – Tecnologia e Design. Avenida Antonio Artioli, 570, Swiss Park Office, Edifício Andermatt, Sala 08.

Campinas Tech reúne nomes de sucesso do marketing e vendas em mentoria para novos empreendedores

Edição de evento mensal de mentoria da associação trará empreendedores como Ricardo Corrêa para discutir sua jornada empreendedora, a importância de sua área de atuação e tirar dúvidas de quem está começando o seu negócio

Campinas, 18 de março de 2019 - A Campinas Tech promove na próxima quinta-feira (21 de março) mais uma edição de suas mentorias mensais para novos empreendedores e entusiastas do empreendedorismo. Intitulada “Como a Ramper fez mais de mil vendas em um ano”, a reunião, que acontecerá no Espaço Sete Criativo às 19:00 horas, contará com a presença de nomes de peso que empreenderam nas áreas de marketing e vendas, como Ricardo Corrêa - da Ramper; Tércio Pereira e Rodnei Alburquerque Ribeiro - da Pipehline Services; e Anderson Palma - da Growth Labs.

Ricardo Corrêa é CEO e cofundador do Ramper, um software de automação de outbound marketing que automatiza a prospecção de vendas B2B e que apenas em um ano conseguiu fazer mais de mil vendas. Atuando há mais de 13 anos como profissional da área no mercado de software, Corrêa estruturou e liderou áreas de marketing de empresas até fundar a sua própria, em 2012, realizando consultorias de vendas e marketing para centenas de companhias de tecnologia. Toda essa bagagem foi essencial para que fundasse a Ramper, em 2016.

Há 5 anos, a Pipehline Services, serviço de consultoria especializado em soluções para as áreas comercial e marketing, une tecnologia a projetos estruturados e integrados com o objetivo de solucionar e transformar oportunidades em resultados. Entusiastas por novas tecnologias, Tércio Pereira e Rodnei Albuquerque Ribeiro aplicam a experiências de suas carreiras de mais de 25 e 7 anos, respectivamente, para o sucesso da Pipehline no mercado digital.

Já André Palma, sócio-fundador do Growth Labs, tem mais de 15 anos de experiência em comunicação de agências e empresas de diversos portes dentro e fora do país. Hoje, atua como Growth Marketer especialista no funil de métricas piratas, mas também é professor de Marketing Digital, mentor no Founder Institute e palestrante nos maiores eventos de Marketing Digital e Growth Hacking do Brasil.

Como mentoria, o evento traz inspirações àqueles que estão no início do seu negócio ou que pensam em empreender, além de apresentar cases reais de sucesso tanto para imergir os participantes em como é o dia a dia desses empreendedores, bem como obter dicas e tirar dúvidas com os mesmos. Ainda, busca criar um ambiente propício para o networking entre participantes e convidados.

As reuniões de mentoria fazem parte de uma estratégia da Campinas Tech de fortalecer e impactar o empreendedorismo na região metropolitana de Campinas para seus associados e o público em geral, acontecendo mensalmente durante o ano. Em edições passadas, os encontros já contaram com convidados como Horácio Poblete e a Tatiana Pezoa, fundadores da Trustvox; e Julio Esslinger Viégas, sócio da Varejo360.

As inscrições podem ser feitas pelo Sympla e qualquer dúvida ou mais informações podem ser esclarecidas por meio dos canais de comunicação da Campinas Tech.

“Salto de Fé” – Confira a websérie que contará histórias de empreendedorismo

Está no ar a websérie Salto de Fé - Histórias de empreendedorismo #NoFilter, uma coprodução Jumpers & Pipoca.Lab, que busca compartilhar histórias relacionadas a empreendedorismo, o dia a dia e desafios sob a ótica do próprio empreendedor, que atua e avança com seu salto de Fé em um ambiente cada vez mais dinâmico e incerto.

O primeiro capítulo abordará o tema propósito. Confira:

Ao todo, serão 4 capítulos que se desdobram ao longo dos meses de março e abril de 2019. Para não perder nenhum episódio, se inscreva no canal da Pipoca.Lab.

Os desafios da transição empreendedor/executivo

Durante a jornada do empreendedor existem diversos momentos de mudanças de rumos, seja do negócio ou do próprio comportamento dos empreendedores. Entretanto um deles se destaca pelo alto grau de complexidade e da aptidão necessária para isso, especialmente por se tratar de uma mudança de mindset comportamental. Trata-se da transição empreendedor/executivo.

Foto por rawpixel.com do Pexels.

Empreendedores de sucesso utilizam um framework mental nas tomadas de decisão, o que foi recentemente descrito como sendo o raciocínio efetual. Este tipo de pensamento é caracterizado pelos 5 princípios do Effectuation, framework construído a partir de um estudo com diversas mentes empreendedoras por todo o mundo. O pensamento empreendedor difere-se muito do pensamento executivo, que costuma ser causal, isto é, analisa as situações em uma relação de causa e efeito.

Os princípios do effectuation podem ser resumidos da seguinte maneira:

  1. Bird in hand (passarinho na mão): faça o máximo que puder com o que tem, o que sabe e com quem conhece;
  2. Patchwork kilt (colcha de retalhos): construa parcerias e conecte pessoas;
  3. Leverage surprises (faça do limão uma limonada): enxergue oportunidades nas adversidades e aproveite-as;
  4. Pilot in the plane (piloto do avião): esteja no comando do avião para que ele voe para onde precisar;
  5. Affordable loss (perda aceitável): tome decisões baseadas no que esta disposto a perder e não no quanto está disposto a ganhar.

Acontece que conforme a startup vai escalando e se estabelecendo, a necessidade de alinhamento com mais stakeholders (sócios, funcionários, clientes, parceiros, investidores, etc) vai deixando a vida do empreendedor mais restritiva. A consequência pode ser desmotivar o empreendedor a continuar executando a visão de quando ele estava na garagem trabalhando no seu produto e tirando sua ideia do papel.

As principais características do pensamento executivo que representam uma mudança de mindset daquele descrito são: a necessidade de controle de recursos (principalmente financeiros) por requisitos de governança; a necessidade de estruturação de projetos de execução alinhando cada vez mais equipes diferentes e distantes; estruturação de reports executivos para diretoria e conselho; entre outros.

Poucos empreendedores conseguem executar esta transição com sucesso, e por isso existem diversos casos de "demissão de CEOs" à medida que a empresa vai se estabelecendo. Os que conseguem fazê-lo se tornam grandes ícones e inspiram empreendedores ao redor do mundo, por exemplo Bill Gates (Microsoft), Jeff Bezos (Amazon), Larry Ellison (Oracle) e até o nosso brasileiro (e baiano-campineiro) Fabrício Bloisi.

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Considerando os casos mencionados, se a transição de empreendedor para executivo é feita com sucesso, a chance desta pessoa se tornar uma referência regional e até mesmo global é relevante. Isto porque ela une o ímpeto empreendedor (que agrada ao mercado) com a confiabilidade executiva (que agrada conselho e acionistas), e potencialmente consegue conduzir suas equipes a grandes desafios.

De qualquer forma, aliar o pensamento visionário e de sonhador ao poder de execução de um executivo é um desafio gigantesco. Durante este caminho invariavelmente o empreendedor deve buscar auxílio externo, seja em grupos de confiança ou até mesmo contratando assessoria e coaching especializado. Estas ajudas podem encurtar caminhos importantes, especialmente quando o negócio requer ações mais ágeis do que a curva de aprendizado do seu líder.

Texto por:

Omar Branquinho - Vice Presidente da Campinas Tech


Originalmente publicado pelo Medium da Campinas Tech.